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Dicas para ultrapassar a crise

Pão ralado grátis

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Não, juro que o título não é piada! É uma coisa em que muitas vezes não pensamos.
Todas nós já disfarçámos as sobra de pão apresentando-os com cara nova: torrado em fatia (ou em cubos pra adornar uma sopinha), açorda – de marisco, de bacalhau, simples como acompanhamento de peixe frito… , pudim de pão com manteiga, sopas de galinha, e provavelmente mais novecentas e tal maneiras!

Eu cá, já não compro pão ralado há muitos anos: faço-o em casa. Ora anotem a receita…

Quando sobra um bocadinho de pão, corto-o em cubos; guardo-o numa caixa sem tampa pra evitar que ganhe bolor, e ponho-o dentro do armário pra ficar ao abrigo do pó. Passados dois ou três dias – conforme a temperatura e a humidade do ar – está rijo que nem… chifres!
É o momento certo pra o atirar prà picadora e… 1, 2, 3, pique lá outra vez! Como às vezes ficam uns pedaços maiorzinhos peneiro tudo num passador de rede e aí está – pão ralado acabadinho de fazer!

Conforme os humores e a paciência, assim lhe dou destino:

  • simples, tal-qual:
    ajuda a engrossar sopas ou molhos de guisados/estufados;
    é óptimo pra substituir a farinha que se polvilha nas formas de bolos, com a vantagem de ficar sempre loirinho e apetitoso – sem haver, aqui e ali, pequenos e inestéticos  pedaços de farinha incrustados na massa (como às vezes acontece).
  • versão finesse:
    quando corto os cubinhos corto também um dente de alho (ou menos, conforme a quantidade de pão)  em rodelas finas, que espalho  num pedacinho de papel vegetal ou película e deixo secar (já experimentei picá-lo fresco mas não resulta tão bem)
    ao meter o pão na picadora junto o alho, uma pitada de sal e um ou dois grãos de pimenta preta; se tiver umas folhinhas de salsa (coentros, alecrim, tomilho…) seca pelo mesmo processo do alho, junto também e peneiro como na versão simples.

Guardo cada uma das versões numa caixa hermética ou num daqueles saquinhos para alimentos com zip – devidamente etiquetados – e ponho no frigorífico (os sacos têm a vantagem de ocupar menos espaço, embora não sejam tão à prova de acidentes).
E porquê no frigorífico? -perguntam as minhas boas amiguinhas e os meus bons amiiguinhos*. O pão comum não precisa de frigorífico, é verdade: mas a bicharada sim! A menos que seja utilizado num curto prazo (uma semana, praí) , pode instalar-se um colonato de bicharada da farinha; também pode ser guardado no congelador,:  tirar na hora de usar – voltando a colocar o restante logo de seguida no congelador.
A versão finesse é óptima para os panados – dá-lhes um  sabor diferente.

NOTA: Como alternativa ao processo de secagem, podem aproveitar o forno: se o usaram pra um bolo ou assado, ao desligar coloquem lá dentro o pão cortado em cubos e espalhado num tabuleiro ou assadeira, tirando quando o forno estiver frio. O calor que permanece durante algum tempo é geralmente suficiente pra desumidificar o pão.
A coisa, lida, parece muito complicada – mas na prática é simples e leva menos tempo a executar que a ler.

* Uma amiguinha contou-me que houve uma reclamação no FaceBook por me dirigir apenas às mulheres – porque é uma reclamação mais-que-justa e porque sou tudo menos sexista, fica feita a mais-que-justa correcção. Espero que os cavalheiros também experimentem – sobretudo os que coabitam com mulheres: significa que vão prà cozinha meter as mãos na massa, coisa que no meu tempo de jovem doméstica não acontecia muito…

Written by Vitriólica

Outubro 2, 2010 às 11:20 am

4 Respostas

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  1. cá por casa também já se faz pão ralado há muito… mas a versão finesse não conhecia! vou ter de experimentar 🙂

    sandrabnoronha

    Outubro 2, 2010 at 11:30 am

    • A versão finesse foi inspirada nos papéis colocados nos tabuleiros do Kentucky Fried Chicken 😉
      Li que a cobertura usada continha sal, pimenta e ervas aromáticas, e resolvi fazer a minha versão com as ervas que tinha à mão…

      Vitriólica

      Outubro 2, 2010 at 12:15 pm

  2. Pois, eu desde a Bimby que também não deito pão fora… ou quase nunca, vá. Às vezes ganha bolor e tenho de o deitar fora. Nunca me tinha ocorrido que era porque o guardo fechado… isto de ser loira tem muito que se lhe diga 😉

    A versão finesse também é boa para cobrir bacalhau com natas, bacalhau com broa, rolo de carne, etc e tal 🙂

    karla

    Outubro 2, 2010 at 2:21 pm

  3. Amei este vosso blogue.

    🙂

    Maria

    Outubro 2, 2010 at 11:43 pm


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